segunda-feira, 30 de maio de 2011

Vende-se um sorriso!

"vai, viaja foge daqui que a felicidade vai atacar pela televisão. 
E vai felicitar, felicitar, felicitar,felicitar, felicitar até NINGUÉM MAIS RESPIRAR!" 
                                                                                                                 tOM Zé

O mundo anda irritante. Definitivamente. Estão estabelecidas as duas facções da imbecilidade humana: a primeira, o reacionarismo, cada vez mais presente nas manchetes. A outra, surgida alguns anos antes, a “auto-ajuda”. Parece que de TUDO temos que tirar uma 'lição'. Tá, e se eu estiver com preguiça? Marcelo Yuka escreveu um texto interessantíssimo na revista Galileu de junho, intitulado “toda vítima da violência é perigosa” em que uma frase me chamou muito a atenção: “Também não acredito que o aprendizado para a vida deve obrigatoriamente vir pela dor, como aconteceu comigo. Acredito que se aprende muito mais com o amor”. Amei! Deve ser insuportável depois de perder a capacidade de andar, entrar em depressão e tudo o mais que se tem direito SIM (porque a vida É DIFERENTE dos livros de auto-ajuda), ouvir que é um 'exemplo a ser seguido'. Exemplo serve, no máximo, pra explicar um exercício de matemática. Acredito que as pessoas devam escolher caminhos e não exemplos. E tais caminhos só podem ser escolhidos, com um mínimo de liberdade, se a pessoa tiver OPÇÕES, que só lhes serão dadas através de uma boa educação, que não vem só da escola. E se hoje a escola só é assim chamada pelo fato de ser um edifício construído com salas onde acontecem supostas 'aulas', o resto não ajuda muito. A moda da mídia hoje é mostrar a desgraça dos miseráveis para aqueles que tem um teto sobre a cabeça e, convencê-los de que, eles sim que são felizes, por terem um concreto sobre as cucas. Então, devem agradecer a essa ilustre condição, desligarem a TV e irem pra cama felizes e satisfeitos, abraçar a pessoa amada, travesseiro ou  o urso de pelúcia, rezar e dormir em paz.
E tome auto-ajuda! Felicidade é o produto da vez! O que deveria ser um estado de espírito construído, agora virou um produto comercial dos mais vendáveis. Seu tu andas comendo o pão que o demo sovou, não te preocupes: haverá uma grande lição que te ensinará a viver melhor depois. 
O mundo anda um saco! Se tu sofres, tu sofres demais. Sim, é proibido sofrer. Não há por que ser deprimido e pessimista. Tu tens a obrigação de ser feliz, otimista e sorridente. Mesmo com pesquisas dizendo que os pessimistas realizam melhor seu trabalho porque esses temem que a coisa dê errado e, sendo assim, fazem tudo para a coisa dar certo. Logo, se eu faço um bom trabalho fico realmente feliz, seu imbecil, que só faz merda e ainda mantém um sorriso no rosto se conformando com um amanhã que poderá ser melhor. Até poderá, bem como tu poderás morrer essa noite. E ainda assim, NÃO SE PODE ser pessimista. É CRIME! Aqui vê-se perfeitamente a lógica da imbecilidade contemporânea. Precisamos ter 'amor próprio'.
Amor próprio é se respeitar, e seguir seus próprios ideais, e principalmente as necessidades do corpo. A  lágrima também é necessária. E pode fazer tão bem quanto um sorriso. Se tu precisas ser feliz todo o tempo, problema é teu. Eu preciso ser eu, COM LICENÇA!
É muita exigência pra tão pouca pessoa. Na verdade, comecei esse texto na intenção de falar das atrocidades físicas e psicológicas cometidas por reacionários que estão na mídia, mas me dei conta também, que a exigência de uma felicidade de plástico é uma das formas mais violentas de reacionarismo. Velado, o que piora a situação.
O mundo tá ficando igual. Vivemos a ditadura da idiotia, da torpeza das frases feitas. O ser humano não reflete mais, ele twitta. Limita-se à tantos caracteres e ponto. Esse tem sido o caminho da nossa evolução: frases prontas e curtas. Sem discussão, sem reflexão. Mas claro, tiraremos, certamente, uma graaaaaande lição disso tudo...


Beju da Gorda!

terça-feira, 19 de abril de 2011

Como espantar o "Exu tranca-tese"

Depois da DOUTORA GLÁUCIA mostrar ao mundo o que é a verdadeira auto-estima e nos desejar o usofruto da mesma, venho aqui para falar de uma celebridade exemplo de superação: Vera Fischer. Ela supera tudo, mas o que ela sabe fazer com gosto é superar nossas expectativas de que esse mundo possa ter alguma salvação. Assim como sua cara, cada vez mais semelhante a um boneco de cera, Verinha - vou pedir licença para chamá-la assim, afinal, era minha grande "ídola" da infância nos tempos em que ela ainda tinha uma aparência humana, na novela Mandala, ela brilha!
Verinha não é qualquer coisa. A bonita foi miss Brasil e ãh, bom... enfim, ela foi Miss Brasil. Mas não é só isso. Depois de inúmeras internações devido ao mau uso de cocaína, álcool e Felipe Camargo - o mais pesado de seus entorpecentes - Verinha deu a volta por cima e provou que é uma grande mulher (sim, ela está cada vez maior). Pois então, quando vejo amigos surtando para escrever um capítulo de dissertação ou tese, eis que ela surge, ninguém sabe de onde, com 10 livros escritos em apenas um ano. Sim, eu não estou mentindo: 10 LIVROS ESCRITOS À MÃO (porque ela não é muito chegada em nenhuma outra tecnologia que não seja o botox) em apenas um ano. Seria uma página por ruga eliminada? Ou um livro por aplicação de botox? Nada disso queridos e higiênicos leitores, o grande segredo é que ela não consegue mais se expressar de outra forma pois seu rosto, ou melhor, o revestimento externo facial que envolve a toxina botulínica, não permite mais nenhuma outra expressão. Ou seja, ela teve que aprender a "escrever". Sim, entre aspas.
Então, deixo aqui minha dica para os pós-graduandos do mundo que penam para escrever um mísero capítulo: se inspirem em Verinha, a ex-miss - que supostamente leu o Pequeno Príncipe (pelo menos pra constar nos autos) - e virou escritora à jato: procurem imediatamente o cirurgião plástico ou dermatologista mais próximo e sigam rumo à defesa! A banca - e o botox - lhes esperam!
Beju da Gorda

quinta-feira, 31 de março de 2011

Mandinga do rock

Quem é minimamente fã de rock certamente já ouviu muito Black Sabbath, e seu vocalista comedor de morcego, Ozzy Osbourne. Com uma voz torta e inigualável, beirando ao demoníaco, Ozzy se apresentou durante mísera hora e meia no Gigantinho em Porto Alegre. Uma hora depois do início do show começa, no Gigante, o jogo do INTER.
Parece que a tia velha do rock, com o resto de cérebro que as drogas ainda deixaram, levantou sobre as costas, de cabeça pra baixo, um pano azul e preto. Logo no início do jogo o INTER fez 1 gol. Seria mandinga do tio Ozzy o levantar sobre as costas um pano azul? Lembro-me bem de quando eu era criança e haviam inúmeras histórias com as coisas ao contrário: música da xuxa ao contrário - pacto com o demo! O quadro da menina chorando de cabeça pra baixo - tu vê o tal do demo. Mandinga pra desencalhar? Pega um pobre santo casamenteiro e o deixe de cabeça pra baixo até sair da seca... e por aí vão todas as mandingas de coisas de cabeça pra baixo. Mas seja lá qual tenha sido a intenção do Ozzy-esponja, posso dizer certamente que é a tia-velha do rock mais pé-quente que pisou em solo colorado. 3x0 facinho não é sempre. Salve Mr. Osbourne! Volte sempre, e pode ser de azul que ninguém vai se importar... desde que, claro, seja de cabeça pra baixo!
Beju da Gorda

terça-feira, 1 de março de 2011

Garota Inverno

Hoje meu dia foi um tanto produtivo e agradável. Não dos mais produtivos, ou dos mais agradáveis. Passei o dia sonolenta, comendo cocada, tortinhas e tomando baldes de café ineficientes. Chego em casa, na novela das oito o assunto é aborto. No comercial o assunto é “garota verão”. A mulher da novela decide não mais abortar (como quem decide comer uma cocada ao invés de melancia de sobremesa) porque vai ter uma “menininha cheia-de-babadinhos”, quem sabe uma futura garota verão. Estou lançando aqui um outro concurso de beleza, ou “des-beleza”: Garota Inverno! A garota 'Inverno' se cuida! Se cuida do frio vestindo muita roupa e, de quebra, esconde a nem-sempre-pequena camada de banha localizada na cintura. Também cuida de sua pele quando toma um vinhozinho em frente à TV nas noites frias, para dormir mais tranquilamente, o que lhe dará uma aparência pra-lá-de-saudável no dia seguinte. Sim, salve a Garota Inverno! Possível contratada da 'Dove', a garota inverno aceita SIM suas espinhas e outras erupções cutâneas, afinal, hoje em dia a beleza natural é valorizada então, viva ao brilho na cara, gordura localizada, brancura e celulite!! O que mais acho interessante nos comerciais da beleza "natural”, "própria", "autêntica",  ou seja lá que nome deem a isso, é que eu não me identifico com nenhuma delas. E tampouco me enquadro na beleza das modelos. Mas é engraçado. Para falar do natural, autêntico, etc, eles sempre colocam mulheres, das mais diferentes (esteticamente) em roupas brancas, movimentos suaves e uma leveza indescritível do ser. Assim, logo chego à conclusão que não sou absolutamente nada natural. Como rápido, falo alto, me estresso com facilidade, minhas roupas brancas sempre mancham com molho-de-alguma-coisa e movimentos suaves... só antes do café. E odeio celulite. Desde quando furos na bunda são aceitáveis, agradáveis ou "naturais"?
Beju da Gorda!

quarta-feira, 17 de novembro de 2010

Tendências da primavera

Estou aqui para falar sobre as novas tendências dessa primavera. Sem abandonar o papel higiênico – muito prático para o uso na cama – a primavera traz consigo a necessidade de andar sempre com lencinhos de papel na bolsa. Poderia ser papel higiênico, mas o deixemos para ocasiões e lugares mais íntimos, de noite na cama, por exemplo para não ficar tão deselegante sacar da bolsa um rolo todo amassado.
Sempre que vou ao mercado ou a farmácia fico em dúvida entre o lencinho de beijinhos, o listrado e o da vaquinha. Quando estou muito carente vou logo para o de beijinhos. Se é para uso em uma ocasião mais formal, nada cai tão bem quanto o listrado, claro. No caso de quem lida com crianças, o da vaquinha, do porquinho ou qualquer outro bichinho vai muito bem. Só nesse caso muito cuidado para que elas não comecem uma competição de 'quem tem mais ranho' para surrupiar os seus lencinhos de porquinho. Falando nisso, acabo de lembrar de Leandro.
Leandro era meu colega mais temido na quarta série. Não era pelo tamanho, ou porque se tratava de um 'mau elemento' ou cidadão de má conduta. Pelo contrário, Leandro era muito educado. Sua secreção nasal, não. Não sei se esquecerei de Leandro. Mas jamais poderei esquecer sua secreção nasal. A minha escola, na época, não tinha regras muito rígidas quanto aos lugares dos alunos nas classes, portanto poderíamos, de vez em quando, trocar de lugar. Certa vez, numa dessas trocas, Leandro estava sentado à minha frente. Nunca sozinho, claro! Sempre acompanhado de uma pequena amostra de ranho saindo pela narina, se não me engano a esquerda. Invariavelmente era de cor amarelo-esverdeada, muitas vezes assumindo a coloração verde com uma consistência espessa, como no dia em que Leandro virou para trás para pedir alguma informação ou fazer algum comentário. Não recordo que informação era, aliás, nem sei se ouvi o que Leandro falou tamanho temor que tomou conta de mim naquele momento: a secreção amarela esverdeada , aliás, mais verde que amarelo, enfim, uma secreção bem brazuca, estava ali imensa, bem gorda como se tivessem nela colocado colheres e colheres de fermento royal. Leandro falava alguma coisa, e eu, ali parada, corpo tenso à espera que o pior acontecesse: claro, o pior aconteceu. De repente, aquela secreção toda que se encontrava suspensa na narina de Leandro cai, com todo o seu torpor, na ponta da minha classe. Emudeci. Paralisei. Atingiu meu caderno. Algo menor que 1mm, mas atingiu. Naquele dia, como se tivesse tomado um grande porre, não lembro do desfecho da história, como limpei o caderno, como voltei pra casa. Aliás, da quarta série, não lembro de quase mais nada além da acusação injusta de colar na prova de geografia, as eleições para presidente (Brizola era candidato) e de Leandro, mais precisamente do ranho de Leandro, verde e amarelo, ou verde e às vezes amarelo. Um ranho patriótico e claro, primaveril.
Beju da Gorda

sábado, 13 de novembro de 2010

Tiririca: a cara do Brasil!

Hoje me deparei com a seguinte notícia: 'Artista é detida pela polícia durante performance na Feira do Livro' em Porto Alegre. Não é a primeira notícia bizarra do gênero em um curto intervalo de tempo.
Há poucas semanas recebi a notícia de que um grupo de teatro foi detido na esquina democrática, que tem esse nome justamente por ser um ponto de expressão de idéias, também em Porto Alegre. Isso parece coisa do tempo da ditadura. Mas também algumas outras coisas me parecem do tempo da ditadura, como a exclusão do currículo escolar de disciplinas como OSPB e Moral e Cívica. Isso realmente não deve ser importante na formação do cidadão, mesmo porque um dos objetivos era “um estudo da organização do Estado brasileiro, da Constituição, dos poderes da República, do mecanismo jurídico e administrativo em suas linhas gerais, dos processos democráticos, dos direitos políticos...” tudo bem que, se existisse ainda hoje, iria se chamar DSPB (Des-organização Social e Política do Brasil). Porque, ou a minha secreção nasal invadiu o cérebro, ou deter um grupo de teatro num local chamado “Esquina Democrática” é algo completamente controverso, retrógrado e absurdo. Além de estúpido, pois teatro de graça não é sempre! Acontece que embora o ensino brasileiro esteja em números (quantidade de escolas, no caso) apresentando alguns avanços, eu pergunto: ele não está regredindo em conteúdo? Gostaria de saber se essas pessoas que reclamaram das manifestações artísticas, por mais agressivas que elas possam ser, se sentem agredidas e reclamam quando pagam 2,45 por uma passagem de ônibus, quando pagam impostos absurdos, quando a esposa do Sr. Roriz é candidata no DF ou mesmo quando o Tiririca ganha as eleições como deputado federal MAIS VOTADO? Não, claro que não, porque esse mesmo povo que reclamou dessas manifestações artísticas votou no Tiririca e com ele se identifica, pois é a única coisa que a sua EDUCAÇÃO permite entender: as sábias palavras de um homem cujo único feito foi escrever, ops, compôr os belíssimos e reflexivos versos “Florentina Florentina/ Florentina de Jesus/ não sei se tu me amas/ pra que tu me seduz?” A cara do Brasil!
Vou assoar o nariz,
beju da Gorda!

quarta-feira, 10 de novembro de 2010

Se os pensamentos se transformassem em coisas...

seria necessário muito papel higiênico!
Boas-vindas a mim, que ingresso nesse fantástico - ou não - mundo do blog para compartilhar coisas menos úteis que papel higiênico com as pessoas queridas e outras nem tanto, mas para essas existe uma solução: papel higiênico!
Hoje fiquei pensando muito sobre o papel higiênico, e é incrível: ele serve para muitas coisas! Da sua primeira utilidade todos nós sabemos... mas são tantas as utilidades desse velho amigo! Quer dizer... é melhor usar sempre um novinho. Mas vejamos, secreção no nariz: papel higiênico! (sim, eu sei da existência dos lencinhos de papel, mas o papel higiênico é muito mais popular). Quem nunca dormiu ao lado de um rolo de papel higiênico nas crises de rinite, nos dias de gripe e sinusite? Passar álcool no espelho do banheiro: papel higiênico sim, pois não solta pelinhos como os panos de limpeza. Fazer anotações urgentes quando não há bloquinhos de papel: sim, papel higiênico serve, e muito! Tá, não vale fazer declarações para a pessoa amada, mas de resto... Programa eleitoral gratuito: eu até poderia lançar uma campanha aqui, "Passando papel higiênico na política brasileira", mas daí é pra acabar com as árvores do planeta rapidinho e acho que seriam necessários produtos de limpeza bem mais eficientes, mas voltemos ao nosso papel higiênico.
Pensa bem, o que é pior: acabar o detergente de louças ou o papel higiênico? Sabão em pó ou papel higiênico? Sabonete ou papel higiênico? Margarina ou papel higiênico? Nós nunca pensamos na sua real importância porque ele costuma ficar lá, escondidinho no banheiro, que geralmente fica com a porta fechada, mas quando sentimos a sua falta... sempre é tarde demais!